Memórias de Jaguariúna

1932: marcas da Revolução Constitucionalista no distrito de Jaguary

por Gislaine Mathias/Estrela da Mogiana em 09/07/2018 Fazenda da Barra foi invadida por soldados mineiros que deixaram suas marcas nas paredes O distrito de Jaguary sofreu com a invasão de soldados, na Revolução de 1932. Alguns moradores deixaram as suas casas, mas ao mesmo tempo, existia um sentimento de patriotismo e civismo entre as pessoas.
 
“Alguns soldados constitucionalistas fizeram na estação um ponto de distribuição de munição e de comunicação porque Jaguary ficava numa área interessante, entre São Paulo, Campinas e Minas Gerais, de onde vinham os soldados para atingir a capital. Os voluntários que lutaram nessa região foram combativos e corajosos.
Temos também um marco interessante que é a Fazenda da Barra, invadida por soldados que vinham de Minas Gerais, com a formação de um quartel de observação. Eles depredaram a fazenda e deixaram marcas que até hoje estão gravadas nas paredes da fazenda e essas frases são contra os paulistas e os soldados constitucionalistas. Foram quatro voluntários jaguariunenses: Nabor de Moraes, Alfredo de Souza, Alfredo Guedes e Valdomiro Chiavegato.
O Distrito de Jaguary fazia parte do setor Leste, chamado de Frente Mineira ou Zona Mogiana, e a principal meta era impedir os soldados que vinham por Minas Gerais de chegar a São Paulo. O distrito foi muito importante e teve combates até o final da revolução”, relatou Maria Helena Toledo Silveira Melo, do 10º Núcleo de Correspondência Trincheiras de Jaguariúna.  
 
Nas páginas do livro
 
Nas páginas do livro Reminiscências de Pedro Abrucês, é possível conhecer algumas histórias sobre a presença de soldados no distrito, na Revolução de 1932. 
 
“Uma outra passagem pitoresca aconteceu em frente ao armazém do Sr. Augusto Chiavegato. Seu comércio foi saqueado para dar alimentos para o povo que havia ficado na vila sem meios para fugir”.
 
“No período em que as tropas da ditadura estiveram em nossa Vila, nas minhas peculiares andanças irresponsáveis, descia rua abaixo, na Coronel Amâncio Bueno e chegando a esquina, vi que estava sendo saqueado o armazém do Senhor João Ferrari. Procediam assim com as vendas fechadas”.
 
“Assisti também nesses dias a uma batalha aérea nas imediações onde hoje está localizada a fábrica de cerveja Ambev. Um avião ‘vermelhinho’ como era conhecido das forças ditatoriais apareceu nos céus de Jaguari. Voava constantemente em serviços de reconhecimento. Numa dessas incursões deparou com dois aviões brancos das Forças Paulistas”.
 
“A ponte hoje conhecida como ponte vermelha da antiga ferrovia inaugurada no ano de 1875 também foi vítima de ataque das forças paulistas, segundo falatórios das pessoas que também vivenciaram cenas ocorridas durante a Revolução. A ponte foi em um dos seus pilares dinamitados, mas não houve danos que impedissem o tráfego.
 
                                                                                                                                                                                   Pedro Abrucês
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