Memórias de Jaguariúna: Município entra na rota da pesquisa com a inauguração da Embrapa Meio Ambiente
por Gislaine Mathias/Estrela da Mogiana em 03/01/2023
“No começo a Embrapa contava com 70 funcionários. Eu vim para a Embrapa com uma demanda específica para trabalhar num problema na agricultura do algodão. Inicialmente, trabalhamos em Campinas até que a estrutura em Jaguariúna ficasse pronta. Passei no concurso em 1984 e vim para Jaguariúna, no ano 85. Eu mantinha contato com Jaguariúna, inicialmente, mais no campo do que na cidade. Quando resolvemos mudar para Jaguariúna escolhemos um terreno no Jardim Botânico. Naquela época, o bairro não tinha nada e acordava com vaca na porta de casa”, comenta o engenheiro agrônomo, José Abrahão Haddad Galvão
Já Laura foi trabalhar no setor de administração de compras e materiais, mas a sua meta era estudar Turismo. Foi responsável pelo levantamento patrimonial, antes da mudança de Campinas para a unidade de Jaguariúna. Foi nesse momento que eles se conheceram.
“Quando iniciei eu tinha que controlar uma série de materiais e acompanhar a importação de equipamentos para a Embrapa, fechar o andamento das obras para pagamento e comprar o mobiliário. Em nove meses, eu já era chefe do almoxarifado. Às vezes, eu tinha que conferir materiais que não tinha a menor ideia do que fosse, e no Brasil, daquela época, talvez poucas pessoas soubessem o que era. Naquela época, final de ditadura e início da redemocratização do Brasil, o país estava comprando muita coisa e as tecnologias estavam vindo pra cá, mas ao mesmo tempo, essas importações eram demoradíssimas. Foi uma época muito interessante”, comenta a consultora Sênior da Usina do Conhecimento, Laura Umbelina Santi.
Laura tinha que comprar desde coisas simples até as mais sofisticadas. Foi um momento em que o cenário do comércio entrou em choque com a forma de relacionamento adotado pela empresa, mas com o tempo as barreiras foram se quebrando.
“Foi uma luta pra nós, da Embrapa, fazer compras aqui em Jaguariúna, primeiro porque a gente não andava com dinheiro. Tínhamos que fazer uma licitação prévia, comprar os produtos e entregava uma Ordem de Compras de Serviço (OCS), mas na época o comércio reconhecia só cheque e dinheiro. Quando a gente se apresentava pelo nome e dizia que era da Embrapa, as pessoas faziam a seguinte pergunta: você é de qual família? Depois compreendemos que era uma cidade menor onde as pessoas se conhecem e as relações são construídas ao longo do tempo e a confiança se estabelece deste relacionamento”, relata.
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