Memórias de Jaguariúna

Lebrão: um apaixonado pelo esporte, fotografia e por organizar eventos em Jaguariúna

por Gislaine Mathias/Estrela da Mogiana em 14/10/2021 Os irmãos Valmir (menor), Lebrão (na cadeira) e Marcos (maior)O projeto Memórias de Jaguariúna destaca nesta semana alguns trechos da entrevista de Antonio Aparecido Rodrigues dos Santos, o Lebrão, que foi secretário de Esportes da cidade e responsável por diversos projetos esportivos e de lazer, entre eles, o Passeio Ciclístico, que existe até os dias atuais.
 
Teve uma vida bastante atuante na comunidade jaguariunense e sempre que possível mostrava o seu lado de ator e escritor.
 
“Eu escrevi 52 peças e encenei 53 espetáculos. Eu me recordo que uma vez fiz um festival de teatro no Tozzi com seis peças participantes e fiz parte de cinco. Uma vez apareceu um circo chamado Guaraciaba na cidade e eles me convidaram para fazer uma peça séria e eu fui o padre quando entrei o povo rachou de dar risada, pois as pessoas sempre viam o meu lado cômico”, relatou Lebrão durante entrevista completando que foi significativa a sua passagem pelo teatro porque fez amizades que permaneceram com o tempo. 
 
Ele ainda recordou do tempo do jornal O Jaguar. “Tinha a coluna Curva de Rio e versava sobre o que ocorria dentro da Sapataria do Carlitão. Então, quando o cara contava uma mentira ele saia na porta e tocava o sino. Até que um dia foi feito um Campeonato de Mentiras. Essa coluna era muito lida”, contou.   
 
Durante a entrevista, Lebrão lembrou do primeiro Campeonato Interbairros e destacou a disciplina que existia nas primeiras competições.
 
“Eu lembro que a final do primeiro campeonato envolvia duas equipes extremamente com rixa, que era Beira Rio e Roseira, que era Roseira de Cima e Roseira de Baixo. Eles tinham uma rivalidade muito grande e o juiz que apitou foi o Oscar Scolfaro, que na época era um arbitro de renome, e ele apitou sem nenhum cartão. Ele não tinha nem cartão vermelho e nem amarelo, ele esqueceu no vestiário, mas a partida se transcorreu de uma forma tão normal e tão disciplinada que depois ele mesmo falou eu nunca vi na minha vida um jogo tão bem disputado. A arquibancada e as redondezas do campo estavam plenamente lotadas, mas sem nenhum grau de violência. Nós acabamos até por extinguir os campeonatos menores não em relação da violência dos menores em campo, mas em relação da violência dos pais”, comentou do Interbairros e acrescentou sobre os campeonatos envolvendo as crianças.
 
Ele recordou a secretaria na época realizava competições nas categorias: mirim, dente de leite, fraldinha, infantil e juvenil.
 
“Eu tinha a equipe do Maizena e tinha garotinho de três anos de idade. O garoto tomava mamadeira para entrar em campo e o calção dele passava o pé. A gente sempre teve o sonho de jogar de noite, era o grande sonho na época e eu aproveitei essa molecadinha para fazer uma rodada à noite e fizemos com toda pompa. As equipes ficaram perfiladas, mas quando começaram os fogos não sobrou um jogador dentro de campo, pois correram todos para o vestiário chorando. Estava tudo programado, mas a gente só não contava com a reação da criançada”, recordou. Esses são apenas alguns trechos de uma entrevista de quase duas horas. 
 
 
 
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