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Fazenda da Barra: patrimônio histórico será aberto para visitação da população
por Gislaine Mathias/Estrela da Mogiana em 16/03/2018
A secretária de Turismo e Cultura, Maria das Graças Hansen Albaran dos Santos contou que já foi restaurada totalmente a capela de Santa Isabel e está sendo finalizada a revitalização de um complexo arquitetônico da fazenda para receber o canil municipal. Segundo ela, a partir dessa etapa partirá todo o grande projeto de ocupação desse patrimônio histórico, pois a segurança é prioridade.
“Em breve, nós teremos as trilhas que serão desenhadas para a caminhada dentro da Fazenda da Barra e abriremos para visitação monitorada aos finais de semana”, relatou Maria das Graças. A secretaria está agora aguardando a Caixa Federal autorizar a realização da licitação do convênio para iniciar as obras no casarão principal e nos galpões 1 e 2, que fazem parte da segunda etapa do projeto.
Para a secretária Maria das Graças esse momento é muito importante, pois iniciou o projeto de restauro na primeira administração do prefeito Gustavo Reis. “Pra mim é muito especial porque eu e a minha equipe fizemos todo o levantamento histórico desse patrimônio. Fui para Brasília conseguir a verba e foi uma luta muito grande. Nós tínhamos iniciado esse restauro, no final de 2012, e durante os quatro anos que estivemos fora da prefeitura e mais um ano que ela não estava na Secretaria de Turismo e Cultura, fiquei muito triste porque eu queria que esse projeto voltasse para as nossos mãos, pois foi algo muito trabalhoso para conseguir e que demandou muito tempo e energia”, salientou a secretária.
Ela ressaltou que o seu sonho é abrir as portas da fazenda para a visitação da população. A verba para o restauro estava parada no Ministério do Turismo porque a obra foi interrompida. O munícipio estava muito próximo de perdê-la, mas a secretaria conseguiu retomar essa verba, que gira em torno de R$ 1 milhão.
A obra será dividida em várias etapas que terão inaugurações, conforme, forem ficando prontas. “A ideia é abrir as portas para que a população visite e conheça o espaço. É um projeto que está dividido em etapas, com a inauguração em breve da capela, do canil e das trilhas, mas estaremos em constante trabalho para finalizar todo o restauro”, enalteceu Maria das Graças.
Ela contou que para o aniversário de Jaguariúna a intenção é realizar um concerto com a Banda Municipal Paulo de Moraes Penteado, que está em processo de se transformar em uma sinfônica, com repertório de músicas italianas, no pátio de café. “A ideia é destacar a história, pois a fazenda retrata muito a imigração italiana no País”, completou.
O complexo arquitetônico da Fazenda da Barra vai além da casa principal e dos galpões, pois existem outras edificações e outros projetos para serem desenvolvidos, sendo que a obra estará totalmente finalizada no final deste mandato. A proposta é transformar o espaço num grande parque com finalidade turística, cultural, educacional e de esportes.
“A Fazenda da Barra, em toda a região, tem uma grande relevância cultural pela sua história. O seu levantamento histórico, não está apenas nas memórias daquelas pessoas que viveram na fazenda ou de seus descendentes, mas está documentada, então se torna mais interessante até pelo turismo cultural”, salientou.
Com o tempo em que a obra ficou parada, a Fazenda da Barra foi perdendo vários detalhes da sua história, como, pedaços de madeiras da época e outros materiais. “Eu não consigo entender o que faz uma pessoa depredar um patrimônio público, então, muitas coisas não conseguiremos mais recuperar, mas faremos algumas intervenções, e deixaremos novamente bonita e aberta para visitação”, concluiu.
História
A Fazenda da Barra teve origem na divisão da sesmaria do coronel Luís Antonio Souza e Bernardo Guedes Barreto. Em meados do século XIX, José Guedes de Souza, o Barão de Pirapitingüi e também tenente-coronel da Guarda Nacional assume a liderança da fazenda que recebera de herança paterna.
Com o falecimento do proprietário, o filho, José Alves Guedes, herdou as terras e assumiu a fazenda, com 1.500 alqueires, sendo 150
alqueires utilizados para a cultura do café. A produção era alternada com a cultura de milho, feijão, arroz e outros cereais, assim como
Legumes para consumo interno. O restante da fazenda compreendia pastagens e floresta.
No final do sistema escravista, a fazenda recebeu grande número de italianos para trabalhar na plantação do café. Durante a década de 1920, a movimentação na fazenda era intensa. Também aconteciam festas religiosas, pescarias e atividades esportivas e a fazenda recebia visitas constantes de amigos do casal, muitos deles envolvidos com o movimento da Semana de Arte Moderna.
Com a morte de José Alves Guedes, a propriedade foi vendida para Joaquim Machado de Souza, em 1932. Na década de 1950, a produtividade continuava intensa. Já em 2008, a sede e uma área envoltória de 16 alqueires foram adquiridas pela Prefeitura de Jaguariúna.

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