Campanha da Fraternidade deste ano alerta sobre a preservação e a riqueza dos biomas

por Gislaine Mathias/Estrela da Mogiana em 14/04/2017 A Campanha da Fraternidade vem sendo desenvolvida neste ano pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com o tema ‘Biomas brasileiros e defesa da vida’ e o lema ‘Cultivar e guardar a criação’.

O padre Milton Modesto disse que mais uma vez a igreja católica está abordando um tema bastante provocativo para despertar na sociedade uma consciência sobre o que está sendo feito com o Planeta Terra. “Os biomas são regiões específicas com vida própria e até o Papa Francisco citou num de seus livros que o Brasil é um lugarzinho privilegiado na criação, então, é para os brasileiros prestarem muito atenção nesse assunto”, disse o padre Milton completando que a CNBB aponta seis biomas (bio quer dizer vida e oma significa massa, grupo ou estrutura de vida).

“Nós temos um bioma que é a Amazônia, um vasto mundo de águas e florestas, onde as copas de árvores escondem o úmido nascimento, reprodução e morte de mais de um terço das espécies que vivem sobre a terra. Depois nós temos a Caatinga, que envolve 11% do território nacional, sendo rico na biodiversidade, com 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 de anfíbios, 241 de peixes e 221 de abelhas, e cerca de 27 milhões de pessoas vivem nessa região”, contou o padre Milton.

Já o Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul e abriga 11.627 espécies de plantas nativas já catalogadas e muitos moradores sobrevivem de seus recursos naturais. “Nós temos ainda a Mata Atlântica, formada por um conjunto de formações florestais e ecossistemas associados como as restingas, manguezais e campos de altitude, que se estendem em 17 estados do território brasileiro. Depois temos o Pampa, com as paisagens que se caracterizam pelo predomínio dos campos nativos, mas também de matas ciliares, de encosta, de pau-ferro, e outros. Engloba também a questão das araucárias onde as gralhas que são lindos pássaros, pegam a semente para esconder visando comer futuramente, mas como esquecem elas brotam e nós temos as araucárias”, disse o padre.

Já o Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do Planeta. Apesar de ser considerado o de menor extensão territorial do Brasil, entretanto este dado em nada desmerece a exuberante riqueza abrigada por este bioma. “Nós temos um conjunto de informações que a igreja vem trazendo e que muitos brasileiros não conhecem. E pela falta de conhecimento dessa riqueza, outros países ficam sabendo dessa diversidade e se instalam no País com as suas empresas e vão consumindo essas riquezas. E depois temos que comprar os remédios que aqui são produzidos naturalmente, além dos minérios, os peixes e aves, tudo porque o brasileiro não protege aquilo que é dele. Esse é um pouco da reflexão que a igreja propõe neste ano”, analisou.
A campanha tem como meta a reflexão no período da quaresma, mas de acordo com o padre Milton pode se estender por tempo indeterminado, desde que hajam grupos interessados em pesquisar sobre o tema.

“O foco da campanha é despertar nos brasileiros a consciência sobre uma realidade gritante e que merece atenção do governo, de cada cidadão, das empresas e de todas as igrejas”, destacou padre Milton Modesto.