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Octávio Mendes destaca detalhes da carreira em entrevista ao site Estrela da Mogiana

por Gislaine Mathias/Estrela da Mogiana em 18/02/2017 arquivo sem legenda ou nomeO espetáculo Irmã Selma será apresentado pelo ator e diretor Octávio Mendes, neste domingo, 19, a partir das 19h, no Teatro Municipal Dona Zenaide.

O espetáculo reúne os inesquecíveis personagens criados pelo ator, como a apresentadora de um programa sensacionalista, Mônica Goldstein; um Ex-Gay, a atriz e cantora Maria Botânica e a personagem que dá nome ao espetáculo, a freira humorista Irmã Selma.

Os ingressos estão à venda na bilheteria do Teatro, na loja O Bortolettão ou pelo site www.bilheteriarapida.com.br. Mais informações pelo telefone 19-3867-2404. Em entrevista, o ator destaca detalhes da carreira e do espetáculo.
 
Estrela da Mogiana  – Qual a expectativa de se apresentar novamente no Teatro de Jaguariúna?
Otávio Mendes - Espero, de verdade, que seja tão feliz quanto foi da última vez. Ainda guardo a alegria e o carinho da última vez que estive em Jaguariúna.
 
Estrela da Mogiana – Como nasceu o show de humor Irmã Selma e conte detalhes do início da carreira?
Octávio Mendes - Nunca tive a pretensão de fazer um show sozinho. Este show aconteceu por um mero acaso. Um produtor safado me perguntou se eu não faria uma apresentação para alguns alunos de Teatro em Ribeirão Preto. A princípio fiquei muito feliz por ter alunos de Teatro que gostariam de assistir alguns personagens que eu tinha criado, mas acabei recusando pela distância de São Paulo. Duas semanas depois, este produtor me ligou dizendo que se eu aceitasse, os alunos fariam uma vaquinha para pagar a passagem de avião. Bom, com um esforço desses, não teve como recusar. Aceitei. Reuni alguns personagens, compus uma trilha, e me achei preparado para apresentar um show informal dentro de uma escola de Teatro. Quando cheguei em Ribeirão, era tudo mentira. Não tinha escola de Teatro nenhuma, e era uma apresentação para um público de 1.200 pessoas. Na hora fiquei ao mesmo tempo muito bravo e apavorado com o que me esperava. No final do show fui ovacionado de pé. Quando voltei para São Paulo, me encontrei com o Ary Toledo, que estava acompanhado do produtor dele, e contei o susto que tinha passado. O produtor dele me perguntou se poderia agendar o show em outras cidades, alegando que quem fez uma vez, pode fazer a segunda. Fui. Novamente muito sucesso. E aí começaram apresentações seguidas, e estou há cinco anos em cartaz.
 
Estrela da Mogiana  – Como nascem os seus personagens?
Octávio Mendes - Os personagens nascem de questionamentos existenciais que me perturbam de alguma forma. Estudei Psicologia, e sempre tive um interesse muito grande pelo lado existencial do ser humano. Com questionamentos sérios, mostrados com senso de humor, apareceram muitos personagens muito divertidos.
 
Estrela da Mogiana – Pra você qual o personagem mais marcante?
Octávio Mendes - Não tenho um personagem que consideraria mais marcante. Todos são criados com o mesmo amor (parece mãe falando). Mas ‘Irmã Selma’ acabou entrando na galeria dos ícones do humor. Minha preocupação sempre foi com a inteligência e o bom humor. Isso com todos. Lá no meu íntimo, considero Mônica Goldstein e Xanaína os melhores. Mas gosto de todos. No show temos uma variedade de assuntos abordados com inteligência e bom humor. Pela reação do público em todas as apresentações, acredito que todos tenham um lado legal e familiar. Considero todos muito divertidos.
 
Estrela da Mogiana – Quando percebeu o talento para humor?
Octávio Mendes – Na verdade, sou formado pela Escola de Arte Dramática de São Paulo (EAD-ECA-USP). Acredito ter uns trinta anos dedicados ao Teatro. Entre dramas, comédias e musicais, acabei me dando bem em todos os gêneros. Não considero pretensiosa essa afirmação, mas me orgulho de sempre ter feito tantos espetáculos. O humor chegou um pouco mais tarde. Antes me atrevia só no Drama. Mas acabei insistindo mais no humor, porque acredito que as pessoas precisam desesperadamente de alegria e esperança. Vivemos num mundo muito violento, pesado, cheio de dor. Todo mundo precisa muito de humor.
 
Estrela da Mogiana – Qual foi o primeiro espetáculo?
Octávio Mendes - Assim que me formei na EAD, o primeiro espetáculo que fiz foi ‘Camila Backer’, onde recebi todos os prêmios de Melhor Ator. Até então não me achava capaz de fazer comédia. Deu certo e fiquei muito feliz de ver que poderia ajudar as pessoas a serem mais felizes.
 
Estrela da Mogiana – Qual a maior satisfação em se trabalhar com humor?
Octávio Mendes - Ver a saída do público. Eles saem com o riso estampado no rosto e comentando de momentos do espetáculo. A satisfação do dever cumprido, não tem preço.
 
Estrela da Mogiana – Quais foram as maiores dificuldades no início da carreira?
Octávio Mendes - Todas que você puder imaginar. O pior começa dentro de casa, quando você tem que driblar e convencer seus pais de que este trabalho é uma missão. Depois, aprender que seguindo este caminho, você tem que abrir mão de muitas coisas em sua vida. Você trabalha em finais de semana e feriados. Deixa de frequentar festas familiares em função das apresentações. Tenho certeza de que para muitos, essa parte deve ser uma dádiva.
 
Estrela da Mogiana – Qual considera o momento mais marcante da carreira?
Octávio Mendes -  Puxa, essa pergunta é difícil de responder. Talvez seja sempre o trabalho atual. Mas me sinto muito privilegiado em ter tido como companheiros de trabalho nesse tempo, pessoas como Paulo Autran, Ney Latorraca, Marco Nanini, Regina Duarte, Tônia Carreiro, Moacir Franco, Cacá Rosset, entre tantos outros.
 
Estrela da Mogiana – Quais as novidades para este ano?
Octávio Mendes - Estreio em março uma peça chamada ‘Coisa de Mulher’. Já estamos na fase dos ensaios puxados. As outras novidades, por enquanto, estão nas mãos de Deus. Por enquanto permaneço na televisão na ‘Praça é Nossa’, e talvez estreie este ano, um sitcom que estamos preparando.
 
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