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Beraldo de Souza eterniza as saudades do velho Tanquinho nas páginas de um livro
por Gislaine Mathias/Estrela da Mogiana em 11/09/2022 Um antigo bairro, muitas recordações e um morador que ama contar histórias. Beraldo de Souza nasceu, cresceu e reside até hoje, no Tanquinho Velho.A sua paixão pelo bairro fez com que escrevesse o livro ‘Tanquinho Velho – No caminho da história de Jaguariúna’ (publicado pela editora Setembro no ano de 2012).
Este registro contém em suas páginas as memórias da infância e de toda a sua vida, poemas, entrevistas com antigos moradores e ainda relata por meio de fotos e textos as transformações ao longo dos anos de um dos bairros mais antigos da cidade e que foi passagem dos Bandeirantes.
“Eu gostava de ficar ouvindo as histórias dos antigos, do meu avô e do meu pai, e chegou numa época em que achei melhor escrever um livro, com o objetivo de deixá-lo para os meus netos e às futuras gerações. Foi um prazer relatar e escrever sobre esses fatos”, ressalta Beraldo.
Ao conversar com o escritor, mesmo por telefone, foi possível ouvir histórias do passado, como, da primeira jardineira que vinha de Ouro Fino passava pelo Tanquinho com destino à Campinas.
“A gente pegava a jardineira para ir fazer compras. Era um ‘poeirão’ na estrada e as vezes a jardineira encalhava com tempo de chuva e os passageiros precisavam descer para empurrar. As malas eram colocadas em cima do teto e cobertas com lona”, recorda.
Durante 36 anos, Beraldo foi funcionário do Departamento de Estradas de Rodagem, também teve caminhão de transporte de cargas e trabalhou como comerciante.
Ainda atuou na política quando foi vereador por seis anos, coordenou a comunidade da Igreja de Santa Cruz, trabalhou na construção da capela e foi ministro da eucaristia e da crisma.
No ano de 2017, ele publicou o livro Comunidade de Santa Cruz do Tanquinho Velho – Jubileu de Ouro da Nova Capela (editora Setembro) e já está preparando a sua terceira publicação.
Poema de Beraldo de Souza que está no livro Tanquinho Velho
Oh, querida Jaguariúna
Jaguariúna, terra de barões e coronéis
com suas lindas praças, parques e acolhedores hotéis.
Belas ruas e avenidas enfeitadas com floreiras,
caminhando lado a lado vão crescendo as palmeiras
À noite como é bela na hora do acender,
as luzes da cidade, da rodovia a gente vê.
O Cruzeiro do Sul, mais uma estrela já ganhou.
É o símbolo da Mogiana, quanta história nos deixou.
Rio da Onça Preta sua água nas cachoeiras serpenteia,
Lá do alto de Florianópolis a gente vê o clarão que incendeia.
De repente se escuta um apito lá no além,
Maria-fumaça está chegando e o turista que vai e vem.
Quanta saudade eu sinto do meu tempo de menino,
quando o padre na Matriz repicava o velho sino.
Dizia sempre meu avô das histórias de um carreiro,
às margens do rio Jaguary o velho jatobazeiro.
Agarradinho na minha mãe cortávamos o Picadão,
para entrar em Jaguary só tinha uma solução,
batia o pó da estrada e subia o escadão.
Jaguariúna que não para e o progresso noite e dia,
vai crescendo de norte a sul às margens das rodovias.
Na Vila Bueno onde tudo começou,
mais tarde Jaguary também já foi um dia,
hoje é Jaguariúna terra da querida Santa Maria.
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