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Quantas mortes serão necessárias para entendermos a gravidade da Covid-19?

por Gislaine Mathias/Estrela da Mogiana em 16/06/2020 Arte do editorial desta semanaEu começo esse editorial com a seguinte pergunta: quantas mortes ainda serão necessárias para que uma parcela da população brasileira entenda a gravidade da pandemia do novo coronavírus ‘ Covid- 19?
 
Estamos vivendo em festa quando deveríamos estar em isolamento social enquanto o vírus está presente com força total entre nós. Não está em questão aqui o debate da importância das pessoas trabalharem, pois entendemos as dificuldades que passam os milhares de brasileiros.
 
Mas a discussão aqui não é essa, e sim, com relação aos registros de aglomerações em festas, lojas, nas ruas e confraternizações, além do não uso de máscara quando existe uma lei e o não distanciamento social. Essas atitudes dependem de cada um de nós para a preservação da vida.
 
Essa doença é coletiva e comunitária, o que significa, que se eu pegar vou contaminar amigos, familiares, colegas de trabalho e aí vai o rastro da contaminação.
 
Precisamos ter mais responsabilidade com a vida da outra pessoa e agora com a abertura do comércio, o caos tende a piorar pela falta de conscientização e respeito a vida por parte de algumas pessoas.
 
O Brasil, já segue com mais uma triste estatística, e vem superando os países que foram epicentros da doença há alguns meses atrás. Será que estamos vivendo um momento para festejar diante dos números de casos e mortes?
 
Enquanto o governo federal tenta segurar as informações básicas da doença, como números de contaminados e mortes, a doença está entre nós, sendo a pior pandemia dos últimos tempos.
 
A briga política entre nossos governantes, a falta de uma ação conjunta para o combate à doença, a não discussão das experiências vividas por outros países, a falta de humildade para ouvir os profissionais da saúde e a falta de consciência de algumas pessoas sobre a gravidade do vírus estão levando milhares de brasileiros ao pior destino: a morte.
 
Muitos estão morrendo da doença e outros por falta de atendimento, pois a saúde já entrou em colapso. Famílias em todo o País choram as mortes de seus entes queridos e lamentam o descaso com que vem sendo tratada essa doença.   
 
Mas o que importa tudo isso? Vale mais a pena defender uma ideia política do que valorizar a vida? Na minha opinião se houver a possibilidade de salvar uma vida com a minha atitude eu vou fazê-la, pois esse é o maior dom dado por Deus. E garanto que a minha ideia vai de encontro com as pessoas que prestam serviços para o meu site e de outros moradores da cidade.
 
A imprensa precisa sim dar os números da doença. Não podemos deixar de divulgar os números de mortes, pois não estamos no País das Maravilhas. Estamos vivendo numa triste realidade.
 
Não vou entrar em discussão se algum veículo extrapola ou não os fatos, mas o papel da imprensa é fundamental na democracia e o seu trabalho precisa ser respeitado.
 
Numa democracia eu debato ideias e não me dedico a xingamentos. Eu debato argumentos e acima de tudo, respeito as opiniões das outras pessoas. Nesse processo democrático, a transparência de dados, principalmente, nesse momento de caos na saúde, é fundamental. Todos têm direito à informação.
 
Infelizmente, a preocupação com a doença foi deixada de lado e no seu lugar se instalou uma briga política e de informações. Eu tenho o direito de optar em acompanhar os números completos da doença ou simplesmente ignorar essa informação.
 
Na democracia, eu também tenho a opção de escolher qual telejornal vou assistir, qual jornal vou ler, qual emissora de rádio vou escutar e qual site vou acompanhar. E ainda tenho a opção de formar opiniões sobre os assuntos e ainda debatê-los.
 
Nessa fase da doença, a contaminação pelo vírus já chegou com força total no interior e os números já impressionam, principalmente em Jaguariúna. O que era distante agora está no nosso quintal e as pessoas ainda encontram motivos para festejar e não seguir regras básicas, como o uso de máscara.
 
Precisamos aprender ainda mais a viver em comunidade. O mundo, o Brasil e os municípios não serão mais os mesmos após a pandemia, e isso, já é uma realidade.
 
Eu encerro esse editorial com as seguintes perguntas: quando vamos nos tornar responsáveis pela transmissão de um vírus que vem matando milhares de pessoas?
 
Vamos esperar que uma mudança na nossa atitude aconteça quando o vírus atingir a nossa família?
 
Vamos seguir andando pelas ruas como se nada tivesse acontecendo e desta maneira, achar que nada existiu e que a doença foi pura invenção?
 
Ou sairemos dessa pandemia com mais humanidade, solidariedade e pensando no coletivo, pois assim, poderemos realmente viver em comunidade? Em qual dessas situações você se enquadra?
 
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