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Grupos de música e teatro da Escola das Artes se apresentam no Dia da Consciência Negra

por Gislaine Mathias/Estrela da Mogiana em 20/11/2019 Grupo de percussão da Escola das Artes apresenta Maracatu de Baque Virado O Dia da Consciência Negra em Jaguariúna será lembrado com muita arte, na noite desta quarta-feira, dia 20, com entrada franca, no Teatro Municipal Dona Zenaide, numa realização da Secretaria de Turismo e Cultura. A primeira atração é o grupo de percussão da Escola das Artes, com o Maracatu de Baque Virado, a partir das 19h.
 
O coordenador da apresentação, Pedro Ferraz explica que o Maracatu de Baque Virado é conhecido como o ritmo afro-brasileiro mais antigo do Brasil e tem sua origem por volta de 1.700, sendo criado pelos negros trazidos da África. Ele teve sua concepção no estado de Pernambuco, em Recife e Olinda, e depois foi se espalhando por outros locais na região Nordeste e na zona da mata de Pernambuco.  
 
Na opinião de Pedro essa data é um momento de reflexão, pois ainda ‘vivemos num país muito desigual em que os negros não possuem as mesmas condições e privilégios em comparação com os brancos’.
 
“O Brasil tem na sua formação um DNA negro, que não se reflete somente na cor da pele, mas também nos costumes, na culinária, nas tradições, na dança, na música, e temos que ter consciência e saber reconhecer a importância dos negros na cultura do Brasil”, analisa.
 
O grupo de percussão da Escola das Artes foi formado no começo deste ano. “Nós estudamos vários grupos de Maracatu de Recife, mas o principal foco deste ano foi a Nação Estrela Brilhante. No nosso grupo tem alguns alunos que já tinham conhecimento do Maracatu e outros já integram o Baque do Zé Limeira, que há alguns anos vem trabalhando com esse ritmo na região”, relata.
 
Cena Sortilégio
 
Logo após, a cena Sortilégio, com a participação de seis alunos da Escola das Artes de Jaguariúna, integra a programação do Dia da Consciência Negra.
 
O diretor Marcelo Masselani disse que apesar de existir comentários de não ter preconceito no Brasil, mas quem é negro sabe que existe, principalmente com o atual governo, que propõe um discurso de ódio e violência.
 
“Esse espetáculo eu montei na minha graduação juntando com outro texto do Nelson Rodrigues, e aí, o ator Luis Felipe Melo, que interpreta o personagem principal, lembrou do livro Dramas para negros e prólogo para brancos, e nele tem um texto que é a montagem de Sortilégio, nome da peça e da cena”, explica.   
 
De acordo com Marcelo trabalhar esse tema na Escola das Artes é importante não só para os alunos como para a sociedade. “Eu acredito muito na força política da arte e na força transformadora de imaginários, que por si, vão mudar também o social”, analisa.
 
Para a secretária de Turismo e Cultura, Maria das Graças Hansen Albaran dos Santos essa data em homenagem e para despertar a Consciência Negra no nosso país é sensacional. “Tem muito ainda a ser superado e existe muita discriminação. No Fórum de Cultura, nós tivemos relatos chocantes e nós temos cada vez mais que abordar esse assunto. O país ter uma data específica é fundamental para despertar a consciência para que caminhe em direção a acabar com o racismo e a discriminação”, enfatiza.
 
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