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Projeto de restauro do complexo da Fazenda da Barra é retomado em Jaguariúna
por Gislaine Mathias/Estrela da Mogiana em 20/02/2019
O projeto de restauro da casa sede e dos galpões 1 e 2 da Fazenda da Barra foi retomado pela Secretaria de Turismo e Cultura e está em andamento com previsão de entrega no final do ano. Este é considerado um dos principais patrimônios arquitetônicos e históricos de Jaguariúna.A secretária Maria das Graças Hansen Albaran dos Santos conta que foi uma batalha muito grande retomar o processo de restauro da Barra, que ficou parado por cinco anos. “É muito mais difícil realizar algo, que foi iniciado, parado e retomado, do que partir do zero. Nós tivemos grandes desafios e dificuldades que foram desde a questão da ação do tempo, do descaso até saques que ocorreram na fazenda, mas hoje existe uma nova realidade, eu tenho visitado semanalmente as obras e estou muito feliz com o resultado”, salienta.
Ela explica que o casarão, que é a principal edificação no complexo da Barra, já teve o assoalho reconstruído e as paredes que estavam comprometidas foram recuperadas. “Nosso avanço é imenso com relação ao estado que ela se encontra, mas ainda não está perto do ideal. Eu acredito que até o final do ano, nós conseguiremos concluir a obra e depois partir para a outra parte, que é o uso do complexo da Barra”, explica.
Com o restauro, a proposta de acordo com a secretária Maria das Graças, é mostrar a grande relevância da fazenda na história de Jaguariúna e do Brasil. Entre os projetos que poderão ser desenvolvidos na Barra estão o de criação de trilhas ecológicas, espaço para piquenique, retomada de algumas missas na capela e abertura de licitação para um restaurante com foco na culinária italiana, seguindo a referência histórica da fazenda. O local ainda poderá sediar outras atividades.
História
A Fazenda da Barra teve origem na divisão da sesmaria do coronel Luís Antonio Souza e Bernardo Guedes Barreto. Em meados do século XIX, José Guedes de Souza, o Barão de Pirapitingüi e também tenente-coronel da Guarda Nacional assumiu a liderança da fazenda que recebera de herança paterna.
Com o falecimento do proprietário, o filho, José Alves Guedes, herdou as terras e assumiu a fazenda, com 1.500 alqueires, sendo 150 alqueires utilizados para a cultura do café. A produção era alternada com a cultura de milho, feijão, arroz e outros cereais, assim como legumes para consumo interno. O restante da fazenda compreendia pastagens e floresta.
No final do sistema escravista, a fazenda recebeu grande número de italianos para trabalhar na plantação do café. Durante a década de 1920, a movimentação na fazenda era intensa. Também aconteciam festas religiosas, pescarias e atividades esportivas e a fazenda recebia visitas constantes de amigos do casal, muitos deles envolvidos com o Movimento da Semana de Arte Moderna.
Com a morte de José Alves Guedes, a propriedade foi vendida para Joaquim Machado de Souza, em 1932. Na década de 1950, a produtividade continuava intensa. Já em 2008, a sede e uma área envoltória de 16 alqueires foram adquiridas pela Prefeitura de Jaguariúna.
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