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Casarão se transforma em espaço de cultura, leitura e resgate da história
por Gislaine Mathias/Estrela da Mogiana em 08/11/2018
Um prédio histórico, que surgiu numa época em que Jaguariúna ainda era Distrito de Paz de Jaguary e pertencia a cidade de Mogi Mirim. Este é o casarão construído pelo imigrante italiano, Lucilo Poltronieri, um patrimônio histórico que chama a atenção até os dias de hoje, pela sua preservação e pelos detalhes de sua arquitetura, na rua Alfredo Engler, esquina com Amâncio Bueno, e que abrigará em breve a Biblioteca Municipal Adone Bonetti e outras atividades culturais.A informação foi divulgada em entrevista pela secretária de Turismo e Cultura, Maria das Graças Hansen Albaran dos Santos, que há algum tempo já desejava que esse espaço fosse público em virtude da sua história. Após o período de negociação, documentação e locação, o prédio passou por uma adaptação para abrigar a biblioteca e também uma unidade da Escola das Artes. Ainda não tem uma data oficial para a inauguração, mas deve ocorrer ainda neste ano.
“Temos muitas novidades para esse espaço e já estamos pensando em decorar o prédio e realizar uma Cantata de Natal na parte de cima. Vamos abrir as portas brevemente com a Biblioteca Municipal e a Escola das Artes”, relata a secretária que recordou do seu tempo de infância e adolescência quando acompanhava as tradicionais cantatas do Banco Bamerindus.
Na opinião de Maria das Graças é muito coerente trazer uma biblioteca e uma escola de artes para dentro de um patrimônio histórico. “Tudo isso é valorização da cultura da nossa cidade, pois um povo com cultura, sabe os caminhos que devem trilhar, tem lucidez e senso crítico”, frisa.
Relato
O Casarão Poltronieri, datado de 1896, é um patrimônio histórico que ainda resiste ao tempo. No passado, o local abrigou diferentes serviços e marcou a vida de muitos jaguariunenses. Antigamente, no prédio funcionava o Bar do Ponto, famoso na época e na esquina ainda tinha um bazar com produtos para costura e um espaço de secos e molhados, onde se vendia arroz, feijão e outros produtos.
“O que me marcou bem no bazar era a tripa do estilingue, feito com a borracha de câmera de ar, e que todo mundo comprava. Era cortado bem retinho. Atrás do prédio tinha um salão grande, que foi cinema mudo, e funcionava com músicos tocando ao vivo embaixo da tela. Tinha sessão só no final de semana. A família Poltronieri tinha muita habilidade musical. Nos demais dias da semana, era usado para engarrafar vinho e fazer cerveja, e também era alugado para casamentos. Depois, o prédio teve funerária e o caixão era feito em um dia. Era um caixão simples. Me contaram que eles compravam vinho italiano, de atacadistas em São Paulo e quando retiravam da cartola para engarrafar, separavam o azeite de oliva que vinha por cima da bebida para não deixar azedar o vinho”, relata Hermelindo Poltronieri Junior, conhecido por Bilu.
Na fase mais atual, o prédio abrigou por muito tempo, o Banco Banespa, que pertencia ao Governo do Estado de São Paulo.

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