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As histórias de Arlindo da Caixa como gerente de banco e participante ativo de projetos na comunidade jaguariunense

por Gislaine Mathias/Estrela da Mogiana em 16/09/2021 O gerente Arlindo durante discurso na inauguração do prédio próprio da Caixa na década de 70Arlindo Correa Nascimento se tornou um morador jaguariunense, em 13 de setembro de 1962, quando saiu de Monte Alegre do Sul para assumir a gerência da Caixa Econômica Estadual de Jaguariúna.
 
Nessa época existia na cidade apenas o Banco Itaú, que foi inaugurado em setembro de 1957, com o nome de Banco Federal de Crédito, sendo que continua em atividade até os dias de hoje.
 
A primeira agência da Caixa ficava na saída para Pedreira, no prédio onde também funcionava a Coletoria, que tinha como coletor na época, Renato de Godoy.
 
“Eu não conhecia ninguém e era uma cidade pequena. Eu tinha um carrinho que serviu pra mim e comecei fazer visitas nos sítios. Fiquei apavorado porque não crescia a agencia, naquela época. A primeira coisa, me estalou uma coisa, essa agencia está mal localizada”, contou Arlindo se referindo a primeira agência que ficava na saída de Pedreira.
 
Conforme o movimento apresentava crescimento, a Caixa ia mudando de prédio e chegou a funcionar em mais dois espaços onde pagava aluguel até ter a sua sede própria.
 
O segundo prédio que sediou a Caixa Estadual ficava na rua Alfredo Bueno, próximo ao Bar Verde e a terceira mudança foi para a rua Cândido Bueno, em frente à Praça Umbelina Bueno.
 
Foi neste município que ele passou a ser conhecido como Arlindo da Caixa, apelido, que segundo ele, nem sabe de onde teve origem. “O povo que começou falar e até hoje quando estou andando na rua as pessoas falam Arlindo da Caixa”, relatou durante entrevista para o projeto Memórias de Jaguariúna.
 
A Caixa começou com dois funcionários e depois foi crescendo esse número até que atingiu a quantidade de 10 bancários, todos de Jaguariúna.
 
Antes, os profissionais vinham de outras cidades para trabalhar na agência de Jaguariúna até que com treinamento uma equipe foi formada só por jaguariunenses.  
 
Na década de 70, Arlindo foi percebendo a importância da instituição financeira ter um prédio próprio, tendo em vista que a cidade já contava com outros bancos.
 
Jaguariúna precisa de um prédio próprio porque lá está apertado e já tem seis agências bancárias na cidade, como, Itaú, Caixa Federal, Bamerindus, Banco do Estado e Unibanco. Fui conversar com o diretor de planejamento em São Paulo, e alertei que Jaguariúna precisava de um prédio próprio, na década de 70. E fui autorizado a procurar um terreno no centro. O prédio ficou pronto e inaugurado em agosto de 1977”, relatou Arlindo.
 
Foi um evento que atraiu a atenção dos moradores. “A inauguração foi um estouro. Veio a diretora toda da Caixa. Teve banda de música, rojão, barracas, cachorro quente e guaraná. Numa sexta-feira o jardim encheu. E a noite foi dado um jantar nas Duas Marias para a diretoria completa. O jantar começou às oito e meia da noite e amanheceu o dia. Gente, chovia carro de São Paulo”, contou sobre essa passagem de maneira bem divertida.
 
Ele relata que durante toda a sua vida sempre trabalhou de maneira bem consciente. “Tinha a cabeça no lugar e nunca fiz uma bobagem de fazer um compromisso sem poder cumprir, nunca. Tudo que nós temos aí foi com o pé no chão, sem fazer bobagem”, enfatizou.
 
Além do trabalho na Caixa, ele dedicou parte de seu tempo para ajudar a comunidade em diferentes projetos. Um deles envolveu a construção da Matriz Nova de Santa Maria, que foi inaugurada em 12 de setembro de
1994.
 
Para iniciar o projeto, o cônego José Veríssimo, criou uma comissão com a participação de 10 pessoas, que incluía o seu Arlindo da Caixa.
 
“Formamos uma família e em quatro anos, nós construímos a Matriz em condições de funcionar, mas não tão linda como está hoje. Esse grupo acabou ficando na história da cidade, e o povo ajudou muito e cooperou com a obra, que era muito grande. Às vezes, eram de 15 a 18 homens trabalhando na obra. Para colocar os vitrais várias famílias ficaram interessadas em fazer as doações”, contou Arlindo.
                                                              
Para a colocação de 24 bancos na capela do Santíssimo, Arlindo saiu pela cidade com uma lista pedindo doações. Também foi feita uma lista para quem quisesse fazer doações para a compra de 100 bancos e os doadores tiveram os seus nomes colocados nos próprios bancos.
 
“A cabeça teve que funcionar para ir conseguindo as verbas. Era uma alegria fazer parte desse trabalho de construção da igreja. Nós achamos soluções pra tudo para conseguir construir a Matriz. De um modo geral, o povo de Jaguariúna contribuiu para a obra”, destaca.
 
Estes são alguns trechos da entrevista concedida por Arlindo da Caixa ao projeto, sendo que o material completo conta com cerca de duas horas de duração.
 
Esse material, rico em histórias, integrará o livro impresso e digital Memórias de Jaguariúna, com data de lançamento ainda a ser definido pelo grupo, formado por Gislaine Mathias, Sandra de Souza e Flávia Porto. 
 
O vídeo com trechos da entrevista está disponível no canal do Youtube e nas redes sociais: Instagran e Facebook: Estrela da Mogiana.  





 
Memórias de Jaguariúna - Arlindo da Caixa
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