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Internet como propagação da violência gera preocupação de especialistas

por Bruno Giannini em 19/08/2019 Internet é muitas vezes utilizada para a divulgação do ódioA internet, em especial com as redes sociais, proporciona a aproximação entre as pessoas em todo o mundo. Os usuários têm à disposição várias plataformas que permitem uma comunicação rápida e efetiva, como e-mails e mensageiros, além de aplicativos específicos para conhecer novos amigos e parceiros amorosos. No entanto, esses serviços são constantemente usados como um canal (por vezes anônimo) de propagação da violência.
 
Mas o que faz pessoas comuns, que talvez não se comportem assim na vida offline, adotarem uma postura agressiva no mundo virtual, atacando os demais por motivos, muitas vezes, banais?
 
De acordo com especialistas, as redes sociais evocam diferentes aspectos psicológicos do usuário e podem causar fenômeno chamado “Efeito da desinibição online” – The Online Disinhibition Effect – proposto pelo psicólogo John Suler, do Departamento de Psicologia do Centro de Ciência e Tecnologia da Rider University, em Nova Jersey, nos Estados Unidos.
 
Enquanto na “vida real”, vivida fora da tela do computador ou do smartphone, as pessoas se seguram para não expressar opiniões preconceituosas e agressivas, com medo das consequências, esses comportamentos são liberados na vida virtual.
 
Na visão do estudioso norte-americano, na internet, as pessoas ficam mais encorajadas a agir de forma antissocial, comportamento que muitas vezes evitariam se estivessem cara a cara com o outro.
 
Já Thiago Tavares, presidente da SaferNet, entidade que recebe denúncias de crimes e violações de direitos humanos na internet, afirmou que o Marco Civil da Internet não cria obstáculos para a remoção de discursos de ódio pelos provedores.
 
Segundo ele, nos últimos 11 anos, foram removidas voluntariamente pelas plataformas e pelas redes sociais mais de 88 mil páginas, que foram denunciadas por incitarem o ódio e a violência na rede. Destas, 27 mil páginas foram removidas por conterem indícios de racismo; 26 mil, por incitação a crimes contra a vida; e 13, por homofobia. Tavares ressaltou que o trabalho vem sendo feito pelas plataformas sem ordem judicial, justamente porque essas páginas violam as leis já existentes e os termos de uso das próprias plataformas.
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