Memórias de Jaguariúna

Fatos e acontecimentos através das fotos em diferentes épocas em Jaguariúna

por Gislaine Mathias/Estrela da Mogiana em 29/12/2016 arquivo sem legenda ou nomeA história vem sendo contada através das fotografias ao longo dos anos.

Desde o passado até os dias atuais, os fotógrafos são responsáveis por registrar os fatos e acontecimentos.

Moacir Malachias chegou a ser o único fotógrafo de Jaguariúna, numa época que compreendeu a fase de Distrito de Paz e de município recém emancipado.

Ele recorda que acompanhou os principais acontecimentos esportivos, sociais e políticos da época e que algumas fotos chegaram a ser publicadas no jornal A Comarca de Mogi Mirim.

No período que exerceu a profissão, ele fotografou carnavais, comícios, inaugurações, visitas de políticos, casamentos, batizados e aniversários.

Entre os acontecimentos estão a inauguração do campo da União Esportiva Jaguariense e a posse do primeiro prefeito Joaquim Pires Sobrinho, o Quinzinho. O seu interesse por fotografia surgiu com Luis Carvalho de Moura, de Campinas. A sua dedicação contribuiu para o resgate da história por meio de imagens.
 
Comadre e Compadre

arquivo sem legenda ou nomeNa década de 70, os fotógrafos Altamiro Azarias Pires (Compadre) e Zaira Maziero Pires (Comadre) chegaram a Jaguariúna, com a Foto Mundial, que ficou conhecida mais tarde como Foto do Compadre.

“As ruas do centro não tinham asfalto e era paralelepípedo”, recordou a Comadre. O movimento era tão grande que ele chegava a fotografar entre sete e oito casamentos num só dia. Além disso registrou eventos, festas, casamentos, aniversários e os concursos de bonecas vivas, dentre outros.

Uma sensação era a foto de monóculo.

“Era um sucesso e todo mundo queria”, destacou.

Também tinha o quadro de ‘cinco sete poses’, como era conhecido, sendo difícil de fazer porque todas as fotos tinham que ficar iguais e com a mesma cor no momento da revelação. E outro trabalho de destaque é que coloria a foto com uma tinta especial da época.

“Um fato curioso é que cheguei tirar em torno de 100 fotos por dia de bezerro nas fazendas para registro dos proprietários. Era divertido, perigoso e rápido”, contou.  Também fotografaram o Rodeio de Jaguariúna e algumas vezes passaram apuros. “Uma vez fui salva pelo Compadre que me puxou no momento que o boi vinha em cima de mim. E a turma na arquibancada gritava corre Comadre”.

Ainda fotografaram as gravações da novela Ana Raio e Zé Trovão e eram sempre chamados para tirar fotos de acidentes a pedido da Polícia. “A fotografia é uma arte bonita e uma bela profissão, mas se não tiver amor o resultado será descontentamento. A minha profissão ensinei para os meus filhos Kiko e Tielo”, disse Compadre. Por volta de 2003 encerrou as atividades.  

arquivo sem legenda ou nomeChico Trem
 
Para Francisco José Vanguello de Freitas, conhecido por Chico Trem, a paixão pela fotografia começou na década de 60 enquanto que o amor por Jaguariúna se iniciou por causa do trem.

“Eu morava em Caieiras e conheci a cidade durante o primeiro passeio de Maria Fumaça organizado pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, no trecho entre Campinas e Jaguariúna, em 21 de fevereiro de 1981.

Nesse dia também conheci minha esposa e no ano de 1983 me mudei para Jaguariúna”, relatou Chico Trem.

De acordo com ele a fotografia para a história é o melhor documento.

"A imagem fala mais do que mil palavras. Sou a favor da pessoa fotografar cada vez mais, pois hoje um prédio ou uma paisagem está de um jeito e amanhã virou história. Até hoje não saio de casa sem uma câmera fotográfica”, enfatizou.

De Jaguariúna, segundo ele, a foto mais marcante foi da procissão de barcos que tirou de cima da ponte, pois pega o casarão da fazenda Santa Úrsula, transmitindo o antigo na era moderna, além de parecer estar no século passado. 
 
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